Os Açores são um arquipélago, formado por nove ilhas, descoberto e povoado por portugueses no princípio do século XV. Na história açoriana, desconhece-se a data precisa em que o arquipélago foi descoberto, contudo, crê-se que São Miguel e Santa Maria foram as primeiras ilhas a serem reconhecidas, por volta de 1427, pelo navegador luso Diogo de Silves.
Tardiamente, a 15 de agosto de 1432, dia da Assunção de Nossa Senhora, o navegador Gonçalo Velho Cabral e a sua tripulação desembarcam na ilha a que deram nome de Santa Maria como homenagem prestada à Virgem Santa.
O primeiro povoamento da ilha de Santa Maria, bem como dos Açores, deu-se em 1439, sendo que os primeiros povoadores se fixaram na Praia dos Lobos, ao longo da Ribeira do Capitão.
Posteriormente, de modo a impulsionar o povoamento da ilha, João Soares de Albergaria, sobrinho de Gonçalo Velho (primeiro Capitão-Donatário de Santa Maria) traz famílias continentais, nomeadamente algarvias, à ilha, o que registou um grande desenvolvimento da mesma.
Tanto quanto se sabe, São Miguel foi povoado, a partir de 1444, por Gonçalo Velho Cabral, que desembarcou os seus povoadores no lugar da Povoação (oriundos de Estremadura, Alto Alentejo, Algarve, França). Estes, por sua vez, e como o passar do tempo, espalharam-se ao longo de toda a zona costeira, de modo a obter as melhores acessibilidades, melhores condições e facilidades de vida.
Devido à posição geográfica favorecida das ilhas no centro do Atlântico, rapidamente contribuíram para uma forte expansão económica em São Miguel, através da produção de trigo que se exportava para abastecer as guarnições portuguesas no Norte de África, bem como o fabrico do açúcar de cana. Mais tarde, a imensa reprodução de laranjas, através da exportação para o mercado inglês, veio a trazer riqueza à ilha.
A terceira ilha a ser descoberta, reconhecida inicialmente por Ilha de Jesus Cristo, atualmente tem o nome de Terceira, situada no Grupo Central do arquipélago. A ilha Terceira iniciou o seu povoamento, por volta de 1450.
A Terceira representa um ponto importante na História de Portugal, isto porque, quando o rei Filipe II de Espanha, em 1580, pretendia suceder ao trono português, a pequena ilha tomou, rigidamente, o partido de D. António, prior do Crato, pretendente ao trono. Contudo, passados dois anos e após combates violentos, a Terceira não resiste a um novo ataque espanhol e deixa-se ocupar pela soberania dos mesmos.
Na primeira metade do século XIX, a Terceira assume um papel preponderante na história lusitana, apoiando, em 1820 a causa liberal. Em 1828, os absolutistas foram dominados no final de uma batalha travada na baia da Vila da Praia, onde as tropas miguelistas saíram derrotadas ao tentar abandonar a ilha. A Vila da Praia passa por isso, a chamar-se Praia da Vitória e Angra, pelo dom de sacrifício e patriotismo que os terceirenses demonstraram, recebendo a designação de Angra do Heroísmo.
A ilha Graciosa, uma vez que se avizinha proximamente da ilha Terceira, acredita-se que poderá ter sido avistada pela primeira vez em 1450 e iniciou o seu povoamento em data indeterminada. Desde os primórdios que a Graciosa foi essencialmente agrícola, exportando trigo, cevada, vinho e aguardente, privilegiando o seu comércio com a ilha Terceira que possuía um vasto porto muito frequentado por navios de grande porte, um importante centro económica e administrativamente para os Açores.
A ilha de São Jorge é desconhecida na sua data de descoberta e povoamento, no entanto, em 1439 há a primeira referência conhecida da ilha. Em 1443, a ilha já era habitada e a sua economia assentava na vinha e na produção de trigo, além do pastel e da urzela que eram exportados para a Flandres e para países europeus.
A ilha do Pico, o povoamento iniciou por volta do ano de 1460. Os seus habitantes dedicavam-se á produção de trigo e á exportação de pastel. Outra importante fonte de riqueza nesta ilha, foi a caça ao cachalote, atualmente, por força das leis internacionais de proteção àquela espécie, esta atividade passa por ser apenas uma grande recordação dos “Lobos do mar”, orgulhosamente retratada no Museu dos Baleeiros, nas Lajes do Pico.
A ilha do Faial, foi descoberta na primeira metade do século XV. Os seus primeiros povoadores vieram do norte de Portugal Continental, em 1460. A agricultura e exportação do pastel são as principais atividades da ilha. Em 1833, a Horta foi elevada a cidade.
As duas ultimas ilhas a serem descobertas foram Flores e Corvo, pertencentes ao Grupo Ocidental, por Diogo Teive e seu filho João Teive, por volta do ano de 1452. Devido à grande fartura de flores que revestiam toda a ilha, esta adotou o nome que por hoje é conhecida: Ilha das Flores. No ano de 1470, ao fidalgo flamengo Wilhelm Van der Haegen é atribuído o inicio do povoamento, no Vale da Ribeira da Cruz. Devido à distancia da ilha em relação às outras, este mesmo abandonou-a, indo então fixar-se na ilha de São Jorge. Princípios do século XVI, novo desenvolvimento é dado ao povoamento da ilha, nomeadamente, com a produção de trigo, cevada, milho e legumes, produtos designados apenas ao consumo interno.